Já os grafismos, a intertextualidade, o reality show, o making-of, etc, dentro do jornalismo, são, é evidente, uma depreciação da informação concreta. Não é o que, quando, onde, por quê, nem é o como da notícia em si, mas sim o “como” da própria reportagem. O Legendários faz uma matéria sobre meio ambiente, praticamente uma perfomance artística: coloca flores nos escapamentos dos carros. Ou vai às ruas destacar que boa parte do orçamento de São Paulo vem de multas de trânsito. Não é pelo assunto ou pela revolta que qualquer pessoa vê isso; se fosse pelo assunto ou pela revolta, elas já teriam feito alguma coisa, antes do programa: a informação é só um pretexto para o entretenimento. Nesta medida, ao mesmo tempo em que a diversão “salva” o jornalismo, ela destrói o seu objeto e seu motivo de existir.
Ou estou exagerando?