A conjunção da psicanálise lacaniana e do marxismo estruturalista de Louis Althusser animou um outro projeto de estudos culturais em torno da revista de cinema Screen. Financiada em seus primórdios pelo British Film Institute, a revista se dedicou, a partir dos anos 1970, à discussão do cinema de avant-garde e à promulgação das teorias que mais de perto ajudariam a transformar a análise de filmes baseada em gosto pessoal em uma ciência. Seguindo Althusser, pensavam a crítica cinematográfica como um “um processo sem sujeito”. Seu maior interesse era pela forma dos filmes: nesse aspecto seguiam a escola dos formalistas russos, para quem a forma e o estilo eram antes produtores do que meros veículos do sentido. Segundo Dworkin, “Screen considerava a forma nada mais do que a materialidade do significante e os filmes como práticas de significação, processos ativos da produção de significados em relação com seu público. Seu interesse maior era como essas práticas contribuíam para a reprodução da ordem vigente, em especial por meio da noção de interpelação (forma pela qual as práticas de significação constituem o público como sujeitos de um determinado tipo), de inspiração althusseriana e lacaniana. (…)
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